sexta-feira, 19 de abril de 2013

Amar NOVAmente


Talvez seja melhor nunca mais nos vermos. Seguirmos limpos, usando maquiagens que nos cabem e não nos machuquem, mas que jamais apagarão quem somos.
Talvez nós possamos pegar uma praia, deitar na rede, cantar juntos, escrever centenas de versos juntos. Tudo isso de novo. Mas, sem o compromisso de outrora.
Quem sabe possamos ser melhor como almas que se envolvem na beleza de uma amizade..
Quem sabe sem as cobranças e os incômodos de uma relação pré-estabelecida consigamos ascender um outro amor. Levantar o novo, criar novas teorias para o nosso amor, criar novas conquistas para as nossas noites, deitar nas esteiras sem desejar o outro, olhar e vê para muito mais além do que víamos, "purificar nosso sentimento".
Ou talvez a gente se esbarre por aí. Se pinte de amor de novo. Afunde na entorpecente paixão que surge quando estamos juntos.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

SER SÓ.


Parte I

Esconder-se
É como um dar um nó
Que não desata.

É mergulhar sem receio
No infinito do oceano
De si mesmo.

É deixar de ser alguém
Pra deixar de ser outro
E ser só si.                                                    


domingo, 30 de dezembro de 2012

O cigarro sexual.


Ela era fofa e boa de cama ou pelo menos tentava com seu jeito desengonçado. É verdade que por vezes, levava um tempo para conseguirem arrancar dela aquela transparência nos lençóis, mas em outras, estava dada desde o começo.
Gostava de deixar marcas, não somente corpóreas. Não para ser vulgar, mas para ser uma boa lembrança.
Gostava de bancar a ingênua e também ser a mestra do sexo ou do amor. Porque o sexo tem essas ramificações. A selvageria, a doçura, o engolir o outro e depois soltá-lo como a fumaça de um cigarro que é tragado até o filtro.
Hoje estava assim. Hoje não era amor, não era sexo, era o sentir o outro, ser conduzida por poucas palavras e depois despejar seu íntimo em alguém.
Quem ela podia escolher?
Tinha tantos candidatos para aquele contato e quem queria não estava disponível. Escolhera a xícara de café e o cigarro de sua carteira quase vazia. Seus três anéis descombinados, caracterizando sua mão trêmula. Seu cabelo sujo, suas meias folgadas, a blusa masculina relaxada sob o sutiã preto de ontem e o som rasgado de Aerosmith no discman, tornavam nítida a desistência, o descuido consigo por não poder ter quem/quê queria.
Embriagou-se. Estava derramando o café nos seus papéis. Destruindo de maneira violenta, as coisas que tinha e que lhe davam excitação. Davam-lhe motivos para desejá-lo.
Com a mão ainda inquieta e o coração chorando desejo, cortava ele das fotografias. Ele, o cara das vontades. O estúpido que roubara suas aspirações mais sacanas.
Ela queria sacanagem, queria apanhar, rasgar o corpo dele e depois de quase devorá-lo, tomar banho ao seu lado e sentir a água derramar amor sob suas almas.
Não gostava de masturbação. Achava ruim transar consigo mesma. Até esse dia, em que o gosto dele enganava seu paladar e que seu tato não alcançava o seu alguém.
Masturbou-se. E agora estava apaixonada por si. Fazia “amor próprio” e atacava sexualmente seus potenciais lances da madrugada.
Amou-se. Para “sexuar” outro alguém.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Um, dois, nós.


Para nosso bem.
A mente trabalha em construções constantes. Por vezes independente de nossas vontades racionais. 
Não poder gerenciar esse trabalho é estar à mercê da paixão de nossos pensamentos.  
Já não me cabe dizer que é um desejo me afastar de você, que é um desejo olhar para o que vivemos e enxergar a precipitação de duas almas profanas.
Eu só consigo ver o quão promissor nós parecíamos, quanta felicidade chegou até mim, quando me vi envolvida por você.
Hei de aguardar o dia em que poderá reconstruir nossos dias comigo.
Hei de esperar seu coração transbordar a paz, para desbravarmos outro caos.
Hei de almejar suas vitórias, sozinho, para que seu caráter se fortaleça ainda mais.
Enquanto ambiciono o sucesso de sua construção individual, me fortaleço daqui para ser merecedora de sua afeição.
Aí, quem sabe criemos uma fortaleza para nossos próximos,
Aí, quem sabe sejamos educadores um do outro,
Quem sabe sejamos um, dois, nós.


"Você é o motivo que eu dou quando eu não aguento e choro"
Angel - Aerosmith 

Devaneios de outra hora.

Devaneio I

Querer mergulhar no infinito e me afogar no céu. 
Ter momentos de nostalgia e me perder no presente.
Ser o ontem e o amanhã e o hoje? Talvez.
Não quero controlar o que eu sou agora, pensar no que já está firme. 
Quero me apegar ao que há de vir e como vou estar quando o futuro chegar. 
A mudança tem que ser ocasionada por mim.
Ser sempre pré, nunca pós. 

Bruna Tavares.

Devaneio II

A razão grita que precisa de seu silêncio emocional e sua alma grita que precisa do seu sentir. 
É tanto eco.
É pouco corpo.

Bruna Tavares.

Devaneio III

Minha paz está no caos.
A serenidade precisa sucumbir em alguns momentos.
É preciso LOUCURA nas veias.
É preciso queimar, pra conhecer o alívio do frescor. 
É preciso se embebedar, pra saber ser sóbrio. 
Viver os extremos, para desvendar o segredo do equilíbrio. 

Bruna Tavares.

Devaneio IV

É durante a noite, que protestamos.
É durante a noite, que somos mais nós mesmos.

Bruna Tavares.

Devaneio V

Algumas fotografias jamais deixarão você escapar,
você me falta e enlouqueço de medo, 
você não me aquece mais e meu corpo perde o caos,
você fugiu, 
estou fria.


Bruna Tavares.

Devaneio VI

É tão bom sentir nosso calor,
perceber que você não deixou nossa flor morrer,
que seu afeto tem sempre uma forma de me ver,
de saber o que precisamos.
Não sei quanto tempo durará este sempre, 
mas hei de ser constante até o fim. 

Bruna Tavares.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Meu amor pungente.



Eu caminho por entre os vários territórios de mim mesma e não consigo notar nenhuma vida desabrochando, nenhuma luz. Em sua ausência, a vida se esconde de mim. Desligo-me, toda vez que me despeço de você. Não sinto suas chamas e sou gelo. Não vejo seu olhar sobre mim, então estou perdida. 
Você é todo o meu céu. O medo passa despercebido em minhas veias. O medo. O medo de pulsar num ritmo desordenado, de atrasar o passo ou tropeçar na rapidez dos fatos. Que mundo é este para o qual você me trouxe? Esse mundo que me roubou, que me fez tão livremente presa?
Quantas incertezas mais vão reafirmar o nosso encontro? Quantos dias arrastados vão se passar, até que sejamos carne um do outro novamente? Quanto tempo pra meu renascer? Quanto tempo pro resgate que só você pode fazer?

sábado, 3 de março de 2012

Não basta ser o sol, é preciso compartilhar o brilho.



Ela começara arrancar sua roupagem desde sua cidade, desde que inspirou a coragem dos transeuntes presentes e entrou no ônibus que seguia para o desconhecido. Ficaram ainda algumas peças de roupa, alguns subterfúgios e coisas que a escondiam. Umas estavam fixadas nela, outras no maleiro do ônibus.
Foi um longo caminho, uma viagem que antes parecia pura insanidade e agora era uma viagem para dentro de si. Oito horas de viagem e o cansaço não a impediu de abraçá-lo, de sentir-se amada, de amar, tampouco de respirar a cordialidade daquele ambiente.
Estavam um sob o outro e agora ela de despira por completo. Com sua roupa, iam para o chão as muralhas de sua alma. Estava nua e gritava sem nenhum temor. Gritava! Seu corpo e sua alma regiam aquela música de amor. Era música, amor... Era um grito de amor!
Nas malas (que ela evitava enquanto podia), outros escudos, outras máscaras. Outros. Não ela. Ela estava ali, escrevendo nele e tatuando em sua alma aquela poesia.
Ele estava ali, pintando nela. Pintando aquele quadro branco que surgira naquele renascimento. Ele a coloria de amor. Tomava-a de afetividade, tomava-a para ele.
E tudo que ela sentia de bom, queria atirar nele.
Chorou durante o sexo. Chorou porque queria se derramar nele, embriagá-lo com ela. Queria pulsar nele, ser um pedaço qualquer daquela vida.
Estava acabada sua busca, sua procura por lar, por amor, por si. Acabara sua luta contra o físico. A poesia vencera. Era o encontro de duas almas nuas, entregues. Um sonho do qual não acordara. Ela o amava. Ele era o amor.

" Mesmo a ausência dele, já é uma coisa que está comigo." [Fernando Pessoa]

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Me afoguei.

Ela estava embriagada. Era isso que a umidade daquele lugar fizera com ela. Aquele ar úmido era como álcool. Caminhou. Aquela brisa lhe roubara. Estava lá, era o mar. Não conseguia pensar em nada que pudesse doar aquele ambiente, queria que fosse uma troca, não queria sair dali sem ter deixado nada. E chorou. 
Suas lágrimas escorreram por seu corpo e ela sentia que elas se arrastavam em sua alma, caíram na imensidão, e agora estavam azuis também. Era sua doação. Procurou alguma coisa que pudesse exprimir toda a beleza daquele lugar, ela não conseguia conter sua tolice. Gargalhou. Descobrira a felicidade.  A natureza se uniu ao seu ser. Queria se despir, rolar em todo aquele espaço, explorar sua ligação com o natural.
Olhou para trás e o viu, não se conteve. Caminhou em direção a ele e foi o abraço mais repleto de energia que deu em sua vida. Ela o amava. E estava gritando isso para ele por meio daquele abraço. Sentou, encostou sua cabeça no colo receptivo dele e apenas se tornaram parte daquele lugar. Estavam ali e era ali onde queriam estar.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

'Navegar é preciso, viver não é preciso.'



Perdi o tato, o modo.
Perdi o real e o ilusório.
Elas fugiram. Malditas palavras.
Nunca mais me disseram nada.
E estando tão vazia, o mar me engoliu.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Minhas palavras.


Escrever.
Insônia.
Ansiedade.
Organização.
Extremismo.
Timidez.
Fome.
Caminhar.
Música.
Leitura.
Absorção.
Vago.
Leite.
Meias.
Praticidade.
Noite.
Macarrão.
Caneca.
Ônibus.
Estrada.
Movimento.
Causa.
Jeans.
Tênis.
Mochila.
Inacabado.
Revolução.
História.
Confirmação.