Eu, até um dia em que o vento forte bateu em meus ouvidos, não tive medo.
Eu, até uma madrugada, esperava pelo raiar do sol.
Mas um dia descobri que nem tudo viria, que a coragem um dia poderia me abandonar e jamais voltar, que o sol podia unir-se a lua e talvez permanecer nessa união.
Bem, mas me disseram um dia que as únicas coisas que permaneceriam por longa data eram as coisas mutáveis.
Talvez minha coragem mudasse de nome, talvez o sol tornasse-se apenas luz, talvez os dias virassem noites, como numa manhã em que se sai daqui e se acorda no Japão.
Será verdade essa necessidade de estar acompanhado?! Será real essa necessidade de às vezes expor o que se pensa?! Será real o que julgamos verdadeiro?!
Princípios antigos, verdades fajutas, idéias que deveriam ter se ajustado as nossas mudanças. Ser humano hoje, é conseguir enxergar além do físico, é saber ver do ponto de vista de muitos, sem esquecer-se do seu. Ser humano hoje, é esperar, sem perder tempo. Não existe tempo pra deixar passar nada em vão.
Dedicar-se é saber acordar e transformar as manhãs cinzas em dias calorosos, é aquecer-se – ainda que no escuro – com idéias novas, com essências duráveis.
Estar acompanhado em uma idéia hoje, já não é, mas algo importante, caminhar bem sim, é importante, não é justo demolir ideais por outras pessoas, outras convicções, hoje o que importa é estar acompanhado de si mesmo, sem demolir mais ninguém, sem esquecer que somos parte de um todo, mas que somos exclusivos muitas vezes.
Pensar é algo muito comum, quando falamos de uma de suas formas mais banais, pensar bem é que exige mais sentimentos, que os exige mais convicção.
Pensamentos banais o tempo leva, as ondas apagam, fazem transbordar, os bons permanecem ainda quando descansamos, permanecem, alteram-se é verdade, mas continuam em sua essência, resta-nos saber o que é bom pra nós, e o que é ruim.
O certo e o errado caminham em direções iguais, mas nos levam a caminhos diferentes.
O que seria desistir? Seria entregar-se a solidão de idéias, a tristeza, aos maus, a fraqueza. E não há nada pior que estar só em termos de idéias; olhar por entre todas as brechas de nossas vidas e apenas nos depararmos com nós mesmos.
Conhecer-se é bom, estar fixado em nós é nos trancar em uma fortaleza que pode um dia nos levar ao solo.
Festeje a sua falta de ignorância. Festeje sua nova coragem e o que de mais novo te ilumina.