quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tenho tempo.

Está sobrando tempo.
Está sobrando tempo agora  e amanhã talvez falte.
Está faltando coragem agora e amanhã posso ser covarde.
Quero audácia agora, razão pra seguir. 
Não quero mais estar parada, esperando o mundo olhar pra mim.
Vou andando aos tropeços, meio desengonçada, mas sem medos.
Sou andante e destemida, 
Sou capaz e indecisa.
Estou suando, eliminando minha energia.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Encontro.


Nem sempre o que se espera de alguém é o se devia esperar naquele instante. As vezes pensamos que somos fortes, inabaláveis e que todo poder está em nossas mãos. Mas nem tudo é como queríamos que fosse. Nem todo coleguismo é amizade, nem toda paixão é amor. Nem todo sorriso é de alegria. As palavras nem sempre dizem tudo que queremos que expressem, nem sempre saem como pedimos pra que saiam. Passam por entre as vias de nosso corpo, infligindo qualquer regra de cautela daquele trânsito. Simplesmente saem, pra que depois nós paguemos a conta do estrago que fizeram. Estamos todos suscetíveis a essa mania que elas tem, as educamos assim. Algumas vezes a gente tenta reeditar essa linha de educação, mas essa é uma medida que só vem tarde - soluciona - mas, chega na maior parte das vezes atrasada.
Somos mestres no " deixar para depois ", no " o tempo vai dizer " e coisa e tal, mas no HOJE, no AGORA a gente sempre se balança. As palavras as vezes nos ludibriam, nos manipulam, sem nenhum constrangimento quanto a isso, sem nenhum problema de consciência, porque as palavras são a consciência escapando de nosso corpo. 
Mas o corpo não tem poder de enganar se sintonizado a nossa alma, ele se torna inocente, torna-se ferramenta dela, o abraço, mesmo a um desafeto, ele leva nossas energias, regulariza o trânsito do nosso corpo, fiscaliza nossas palavras antes que elas saiam e nos tornam mediante isso, sinceros e limpos. Renova as nossas energias e revigora nossas almas. O abraço é a ferramenta que a alma usa pra mostrar-se.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Simples e necessário


Abro os olhos depois de tê-los repousado tanto tempo, como janelas quase sem tempo eles buscam informações aqui. Viram alguns raios e mostrando que devia ter paciência, eles se assustam e se fecham logo.
A cada amanhecer é como se renascessem, são eternas crianças neste mundo, que tentam enviar para o resto do meu ser - num gesto carinhoso - tudo que aprenderam nos seus dias e mesmo cansados ainda buscam criar novos mundos, reconstruir lembranças, restabelecer esperanças, fazer permanecer vivo aquele que agora dorme.
É por toda essa responsabilidade, por todo esse carinho e afabilidade, que são pra mim, a melhor parte. 
Num pequeno olhar, escondem-se os  grandes mundos.

Minha companhia.


Somadas a mim, estão minhas alegrias e experiências; minhas virtudes e minhas crenças. 
Minha alma tem gritado a necessidade de ser livre, enquanto meu corpo que a cada dia está mais frágil, prova a situação.
Estou entre tudo isso, com a essência deixando um mero vestígio de que ainda devo opinar. A alma por si só não me respeita, caminha como clandestina sob meu corpo. É como se cada partícula de mim fosse pra ela postes defeituosos na cidade que existe aqui e ela sabe que só ela pode os acender ( afinal, o meu corpo depende dela como ela depende dele ), mas num gesto egocêntrico prefere deixar daquele modo, prefere as noites frias e escuras, as luzes e o calor de um lugar aconchegado.
Numa hora sou alma, n'outra sou corpo. Cada um numa busca, cada um num caminho. Tão distantes, tão unidos, acompanhantes e mesmo assim ... sozinhos.


A estranha lembrança.


Caminhando com os cabelos negros que faziam sombra aos seus ombros perfeitamente desenhados que por sua vez revigoravam seus andar e seu olhar encorajado, ela vinha. Por algum tempo pensei se devia olhar ou se isso (feito daquele modo) poderia roubar-lhe a beleza; decidi parar, não olhei mais, mas senti sua mão tocar a minha, num gesto de cortesia e era como se já nos conhecíamos.
Olhou fixamente para mim e houve roubo (agora sim), roubou minha identidade, meu passado, trouxe algo novo, portanto não foi roubo. Troca bem sucedida. Vi num breve instante, a cigana renovar minha vida.

domingo, 10 de outubro de 2010

Idéias sozinhas.


Eu, até um dia em que o vento forte bateu em meus ouvidos, não tive medo.
Eu, até uma madrugada, esperava pelo raiar do sol.
Mas um dia descobri que nem tudo viria, que a coragem um dia poderia me abandonar e jamais voltar, que o sol podia unir-se a lua e talvez permanecer nessa união.
Bem, mas me disseram um dia que as únicas coisas que permaneceriam  por longa data eram as coisas mutáveis.
Talvez minha coragem mudasse de nome, talvez o sol tornasse-se apenas luz, talvez os dias virassem noites, como numa manhã em que se sai daqui e se acorda no Japão.
Será verdade essa necessidade de estar acompanhado?! Será real essa necessidade de às vezes expor o que se pensa?! Será real o que julgamos verdadeiro?!
Princípios antigos, verdades fajutas, idéias que deveriam ter se ajustado as nossas mudanças. Ser humano hoje, é conseguir enxergar além do físico, é saber ver do ponto de vista de muitos, sem esquecer-se do seu. Ser humano hoje, é esperar, sem perder tempo. Não existe tempo pra deixar passar nada em vão.
Dedicar-se é saber acordar e transformar as manhãs cinzas em dias calorosos, é aquecer-se – ainda que no escuro – com idéias novas, com essências duráveis. 
Estar acompanhado em uma idéia hoje, já não é, mas algo importante, caminhar bem sim, é importante, não é justo demolir ideais por outras pessoas, outras convicções, hoje o que importa é estar acompanhado de si mesmo, sem demolir mais ninguém, sem esquecer que somos parte de um todo, mas que somos exclusivos muitas vezes.

 Pensar é algo muito comum, quando falamos de uma de suas formas mais banais, pensar bem é que exige mais sentimentos, que os exige mais convicção.
Pensamentos banais o tempo leva, as ondas apagam, fazem transbordar, os bons permanecem ainda quando descansamos, permanecem, alteram-se é verdade, mas continuam em sua essência, resta-nos saber o que é bom pra nós, e o que é ruim.
O certo e o errado caminham em direções iguais, mas nos levam a caminhos diferentes.
O que seria desistir? Seria entregar-se a solidão de idéias, a tristeza, aos maus, a fraqueza. E não há nada pior que estar só em termos de idéias; olhar por entre todas as brechas de nossas vidas e apenas nos depararmos com nós mesmos.
Conhecer-se é bom, estar fixado em nós é nos trancar em uma fortaleza que pode um dia nos levar ao solo.
Festeje a sua falta de ignorância. Festeje sua nova coragem e o que de mais novo te ilumina.  

sábado, 9 de outubro de 2010

Ao longo da vida.


Tento não pensar em nós como seres que usurpam energias uns dos outros. Como elos, seria um pensamento mais saudável, mas a verdade é que em nossa maioria só queremos ter direito ao direito dos outros, a invadir as idéias, os canais que milhões de neurônios formam quando estamos vivos, quando estão juntos.
Sinto como se não tivesse a planta da minha vida, como se saber quem sou não fosse suficiente pra estar aqui. Finalmente acabei com a idéia de ter que possuir outros pra existir; mas ser uma ilha não é o melhor presente que alguém pode ser dar.
Nunca fui completamente honesta comigo e isso me trouxe até aqui, não se uma má ou boa coisa, mas me trouxe.Acontece que quando temos nossos reles 16 anos, achamos que temos o mundo em nossas mãos e que se não temos é porque somos vitimas de um mundo que criaram pra nós. Ainda tenho meus 16 anos, mas desde algum tempo percebo que o caminho pode ser designado por outros, mas a forma, o veículo que vai usar é você quem decide.
Não culpo mais ninguém pelo meu caminho, pelo percurso, sou maior que isso - desculpe a falta de modéstia -, sou mais que 16 anos, sou espírito experiente, cansado, mas contente.

Perder para ganhar.


Queria silêncio, silêncio total. Que as cores por si só já pudessem falar tudo. Nunca fui um raio de sol no inverno de ninguém, mas estive muito quente a maior parte da minha vida.
Todo o sol está em mudança constante, tudo está explodindo nesta estação e todos os raios indo pra longe. Mas nunca precisei de raios para estar quente, nem sempre estas estações nos fazem mal. Sempre é preciso perder alguns raios ou todos eles, para criar um novo sistema solar, mais forte, melhor.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Correntes.


As vezes somos surpreendidos em nossas vidas. Algumas vezes surgem boas surpresas (pessoas novas, amores novos, novos amigos), n'outras o mundo parece que já devia ter acabado.
Sou prisioneira da ignorância do mundo que me cerca e da minha própria em algumas coisas, da minha falta de pacieência pra lhe dar com isso tudo.
Tenho neste momento, coisas acontecendo que me fazem um bem enorme. Tudo caminhando bem até que eu abro as portas do lugar que deveria me fortalecer e solidificar minha felicidade e que em vez disso me torna fraca e só de novo.
São ideias absurdas, que parecem tão normais aos outros - que me espantam, me roubam forças, me entristecem.
Parece que hoje encontrei alguem que pode futuramente me fazer bem, me revigorar.
Aguardo forças vindas do teu céu.

Céu.

As pessoas são como estrelas, a cada dia renascem milhões e outras tantas desaparecem para dar lugar a outras. Nunca me senti uma estrela e sei que se me sentisse estaria mais triste que hoje, porque apesar do brilho e da imensidão do espaço, toda estrela parece ser só.
Já me sinto assim, só. As estrelas vivem tão longe, imagino como seria maior meu sofrimento.
Fico pensando se aqui é um bom lugar, se há algo melhor perto delas. Tenho medo de um dia partir sem ter doado algo bom a este universo.
Sinto falta de minha infância, do meu próprio eu, afinal sei que este ser rude e desmedido que aqui está, não sou eu. Sinto falta do amor do meu pai, dos seus "Boa noite, durma com Deus" toda noite, do cheiro de roupa passada da minha casa, da minha FAMÍLIA. Mas, muito pouco disso eu posso recuperar.
Eu não quero curtir a minha adolescência como se fosse só uma fase de revolta, alienação e libertação dos desesperos. Quero construir alguma coisa que solidifique minha vida de verdade, que me traga orgulho de ser quem sou.
Queria minha família de volta, aquela segurança que ficou em cada casa onde estivemos. Os natais, aniversários, temporadas de sol, os planos, os sonhos e toda a certeza que só uma família pode dar.
Apesar de toda essa fragilidade que eu sei que tenho, me considero forte porque não mudo meus escrúpulos e princípios por qualquer coisa. Sempre me senti livre dentro de mim. Penso o que quiser e isso antes já era suficiente, hoje não mais - preciso gritar. Quero estar livre de meus medos, de meus pensamentos, de mim.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A busca.



As vezes pensamos que somos dependentes de alguma força maior, 
de pessoas, de opiniões alheias para desenharmos nossa felicidade.
Muitas vezes nós esperamos essas pessoas, mesmo que vazias pra 
que de alguma forma completem o "nosso" vazio.
Somos pintores e não telas, não podemos deixar que as cores venham 
só dos outros, temos que ser os artistas das nossas galerias, as estrelas 
das nossas noites, os sóis dos nossos dias. 

"Não busque a felicidade fora, mas sim dentro de você, caso contrário nunca a encontrará."
Epiteto