Ela estava embriagada. Era isso que a umidade daquele lugar fizera com ela. Aquele ar úmido era como álcool. Caminhou. Aquela brisa lhe roubara. Estava lá, era o mar. Não conseguia pensar em nada que pudesse doar aquele ambiente, queria que fosse uma troca, não queria sair dali sem ter deixado nada. E chorou.
Suas lágrimas escorreram por seu corpo e ela sentia que elas se arrastavam em sua alma, caíram na imensidão, e agora estavam azuis também. Era sua doação. Procurou alguma coisa que pudesse exprimir toda a beleza daquele lugar, ela não conseguia conter sua tolice. Gargalhou. Descobrira a felicidade. A natureza se uniu ao seu ser. Queria se despir, rolar em todo aquele espaço, explorar sua ligação com o natural.
Olhou para trás e o viu, não se conteve. Caminhou em direção a ele e foi o abraço mais repleto de energia que deu em sua vida. Ela o amava. E estava gritando isso para ele por meio daquele abraço. Sentou, encostou sua cabeça no colo receptivo dele e apenas se tornaram parte daquele lugar. Estavam ali e era ali onde queriam estar.