domingo, 12 de fevereiro de 2012

Me afoguei.

Ela estava embriagada. Era isso que a umidade daquele lugar fizera com ela. Aquele ar úmido era como álcool. Caminhou. Aquela brisa lhe roubara. Estava lá, era o mar. Não conseguia pensar em nada que pudesse doar aquele ambiente, queria que fosse uma troca, não queria sair dali sem ter deixado nada. E chorou. 
Suas lágrimas escorreram por seu corpo e ela sentia que elas se arrastavam em sua alma, caíram na imensidão, e agora estavam azuis também. Era sua doação. Procurou alguma coisa que pudesse exprimir toda a beleza daquele lugar, ela não conseguia conter sua tolice. Gargalhou. Descobrira a felicidade.  A natureza se uniu ao seu ser. Queria se despir, rolar em todo aquele espaço, explorar sua ligação com o natural.
Olhou para trás e o viu, não se conteve. Caminhou em direção a ele e foi o abraço mais repleto de energia que deu em sua vida. Ela o amava. E estava gritando isso para ele por meio daquele abraço. Sentou, encostou sua cabeça no colo receptivo dele e apenas se tornaram parte daquele lugar. Estavam ali e era ali onde queriam estar.


3 comentários:

  1. O desejo de descrever um cena vivida carrega o texto de comoção e lirismo. O mar é o ponto de encontro. É ele que desde o início sopra sua brisa e se funde a personagem. O texto ganha ares telúricos. Ele também é o agenciador de de um encontro quase místico entre dois personagens.Lindo texto, linguagem límpida, quase transparente. Um grande exercício de uma potencial escritora!!

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  2. Sua veia lírica é fortíssima, Bruna. Cuide para que a Academia não roube isso de você (acredite, a Universidade vai tentar...).
    Parabéns!

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